Desde a era das cavernas, os papéis de homens e mulheres foram moldados por questões biológicas e ambientais. Os homens, por terem naturalmente mais força física e resistência, assumiam funções que exigiam essas habilidades, como a caça e a proteção do grupo. As mulheres, por outro lado, eram associadas a tarefas ligadas ao cuidado e à criação, devido a fatores biológicos como a gestação e a amamentação. Essa divisão natural fez sentido em um contexto em que a sobrevivência dependia de força física e de trabalho em equipe para garantir segurança e sustento.
No entanto, essa realidade mudou radicalmente ao longo dos séculos. Hoje, a sociedade está estruturada de maneira que papéis públicos como os de proteção — exercidos por forças como a polícia, o exército e seguranças — garantem a segurança da população. As pessoas não vivem mais em um ambiente hostil e imprevisível como na pré-história, em que precisavam se preocupar constantemente com ameaças externas. Em ambientes urbanos e altamente organizados, como cidades, a proteção está integrada ao cotidiano através de estruturas formais, permitindo que todos possam focar em suas escolhas pessoais e profissionais, independentemente de gênero.
Com isso, o argumento de que as mulheres devem permanecer em papéis tradicionalmente ligados ao cuidado e à delicadeza perdeu força. A sociedade atual oferece a possibilidade de escolher com liberdade quais caminhos seguir, sem que a biologia dite essas escolhas. Não estamos mais em uma selva, onde a força física definia as funções de cada indivíduo. Hoje, mulheres têm a oportunidade de se preparar, aprender a se defender e escolher seu papel na sociedade de acordo com seus desejos e ambições, não por imposições históricas ou biológicas.
A falta de análise e reflexão crítica sobre esse contexto muitas vezes faz com que ainda aceitemos esses papéis como naturais, quando, na verdade, são construções sociais que podem ser desafiadas e modificadas. Temos à nossa disposição tempo, recursos e estrutura para que qualquer pessoa — seja homem ou mulher — possa desenvolver habilidades, escolher sua profissão, buscar seus próprios objetivos e até mesmo se fortalecer fisicamente, se assim desejar.
Portanto, o passado não define as mulheres do século XXI. Elas podem, sim, aprender a se defender tanto física quanto verbalmente, competindo de igual para igual em qualquer área, sem a necessidade de serem limitadas por papéis historicamente atribuídos. Hoje, o contexto social é adaptável e inclusivo, e as escolhas estão nas mãos de cada indivíduo, independentemente de gênero. A mentalidade do passado deve ser deixada para trás, enquanto avançamos rumo a uma sociedade mais equitativa e justa para todos.
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